quarta-feira, 29 de março de 2023

99° Trecho: Amor suave amor

 

99° Trecho: Amor suave amor

Numa bela manhã de outono, as folhas caídas no chão, a neblina suave cobrindo a praia, começo de um frio gostoso, fomos passear de bicicleta, senti um mal estar, cansada, foi a segunda vez que sentia como se fosse desmaiar, e aconteceu, do nada cai da bicicleta e desmaiei, acordei no hospital que trabalhei por muitos anos, me fizeram um monte de exames, estava tomando soro para me fortalecer, na minha idade isso pode acontecer não há de ser nada, os médicos não tem papa na boca e foi dizendo que eu tinha Hipertensão Arterial Pulmonar, mas será que era grave? É uma doença que não tem cura, grave e mortal, degeneração dos pulmões e do coração, tomando a quantidade de remédios, teria uma qualidade melhor de vida, teria que respeitar minhas limitações, não podia andar de bicicleta, comecei andar devagar e parava para respirar, meu marido segurou a minha mão não podendo conter as lágrimas que descia copiosamente, eu fiquei tão triste, como que podia na altura da vida, da minha felicidade, da alegria de viver, porque meu Deus! Ajude-me! Deixa eu viver, amo esta vida como ninguém, nunca fiz mal a ninguém, sempre gostava de compartir a minha felicidade com os outros, quanta melancolia e logo no outono que é uma estação de tristeza e melancolia, de um supetão me levantei devagar, não vou deixar essa doença me vencer, vou lutar contra ela e vou viver respeitando minhas limitações, meu marido não saia do meu lado, não deixava fazer nada, caminhávamos bem devagar pela praia, parava para respirar, assim fui levando a pouca vida que me faltava, não deixava de tomar meu vinho, sexo com amor e muito cuidado... Vida que segue.

Guiomar Villalba 

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