83º Trecho: Amor suave amor
Acordei sozinha na cama, ele havia saído para o seu trabalho, não passa de hoje, vou ter uma conversa com ele, tinha certeza que ele sabia tudo o que havia acontecido, pelas minhas inconsequências, se tinha que perder, perderia de qualquer jeito, não gostava de mentiras, diria a verdade, ele nunca me fez qualquer tipo de pergunta indiscreta, a gente sempre se respeitou, nunca houve mentiras, se perguntasse por acaso, eu contaria a verdade, sempre houve essa cumplicidade entre nós, também se perguntasse alguma coisa a ele, me diria a verdade, tudo dava certo entre nós, mas, nunca pensei que ele agiria dessa maneira, teria que conversar com ele, Deus! Como amava esse homem, só agora que percebi o quanto o amava, sempre a minha alma aventureira, a minha inconstância, sou volúvel, desta vez cai do cavalinho, encontrei um homem de verdade, inteligente, culto, sabia até onde podia chegar as limitações, não o perderia, acordei! O amor faz milagres, abre teus olhos, começas a ser mais racional apesar de jamais perder a ternura nem o romanticismo, tenho uma família, não perderia, não posso perder esse homem maravilhoso; ele chegou e o convidei a um vinho e a uma boa conversa, ele ficou me olhando, pegou o vinho e duas taças, me serviu, sentou-se ao meu lado, estava frio, atencioso, olhando fixamente para mim, senti pânico, nunca senti esse sentimento de angustia, meu coração batia a mil, senti uma vontade enorme de me atirar nos seus braços, de pedir perdão, senti medo de ser rejeitada, queria te dizer uma coisa muito importante, queria que soubesses, entre nós nunca existiu a mentira, mas antes de qualquer coisa quero te dizer que te amo, ele ficou esperando que eu falasse, era um ponto de interrogação, isso mesmo! um ponto de interrogação, tentava falar e não conseguia, seu olhar era tão profundo... Vida que segue.
Guiomar Villalba
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