sábado, 5 de novembro de 2022

76° Trecho; Amor suave amor


 76º Trecho: Amor suave amor

Cheguei em casa feliz cheia de sonhos e fantasias, meu marido e meus filhos vieram ao meu encontro, me abraçando e beijando, senti uma angustia tão grande, essa era a minha família, queria tanto me casar com um homem maravilhoso e ter filhos, me formar em medicina, tinha conseguido  tudo isso, o que eu queria meu Deus! Porque meus sentimentos mudavam de uma hora para outra? Essa instabilidade que a toda hora invadia a minha vida, essa total insatisfação de querer mais? falei muitas vezes que não conseguia amar de verdade, a minha inconstância vinha com um turbilhão de novas emoções, de novos caprichos, sentir prazer era o meu ideal, começava com um friozinho na minha barriga, esse jovem que de uma hora para outra entrava na minha vida, esse corpo perfeito, esses olhos azuis profundos da cor do mar, esse sorriso que parecia um colar de perolas, que atração era essa tão forte, que eu tinha que sair correndo para não ficar e me atirar nos seus braços? Estava nos meus pensamentos quando ouvi a voz do meu marido que falava e eu não escutava, estava tão longe, menti, disse que estava com muita dor de cabeça e fui me deitar, ele me olhou preocupado, ficou calado, ele era assim, o respeito acima de tudo, sem perguntas, sem respostas, muitos carinhos, beijos e abraços, isso aconteceu de uma hora para outra, queria aquele jovem para mim, sentimentos se amontoavam na minha frente, nunca tinha acontecido algo parecido, estava tudo bem, me sentia feliz, meu marido o melhor homem do mundo, uma coisa eu tinha certeza, amava meus filhos mais que tudo, agora era a única certeza que tinha, decidi me afastar um pouco para não cair em tentação, pensei que tudo iria passar e voltaria a sair e passear, ele sairia da minha cabeça, nem sempre ele estava aqui, morava na Zona Sul do Rio, pensava desse jeito e fui me acalmando pouco a pouco, a vida é passageira , tentei agarrar meu marido com mais força, ele adorava e fazíamos o amor com mais frequência... Vida que passa.

Guiomar Villalba 

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