33º Trecho: Amor suave amor
Não entendi o motivo de tanta timidez, ele veio na minha direção, me cumprimentou com um sorriso encantador, se lembrou de mim mas não teve a coragem de se aproximar, passava sempre pelo mesmo caminho, ele me via, faz tantos anos, e lá estava ele de novo, falei que me formei em direito, foi quando ele vinha me buscar todas as noites na faculdade, rimos os dois, foi tão bom, rever esse personagem que marcou de saudades a minha vida, marcou um encontro no mesmo local que nos conhecemos, Garota de Ipanema, música ao vivo, ambiente tipo " chegamos", voltamos ao tempo, o relógio parou naquele momento do nosso primeiro encontro, a música continuava, éramos jovens, cheio de vida, era como se o tempo voltasse atrás, pedimos a mesma bebida, falávamos os mesmos assuntos, eu ouvia encantada , homem inteligente, famoso arquiteto, era separado quando o conheci pela primeira vez, voltamos a etapa zero, sentimos a mesma química, senti que ele estava encantado e eu enlouquecida, como pode! O destino apronta demais, foi uma noite encantadora, perfeita, que maravilha! não me pediu para ir à sua casa, era o que sempre desejei, sentimento as antigas, me levou para minha casa e ficamos de nos encontrar novamente, que fofinho! um galante respeitador dos tempos dos anos 60, amei! Saltei do carro feliz, ele sorriu e lá se foi, ele ligaria para mim, já estou chegando lá, no fim de semana na sexta ,ele me telefonou, saímos , fomos jantar, depois de tantos vinhos já estava na seu apartamento, para relembrar o nosso passado tão curto, fiz aquela mesma caipirinha, ele lembrou, descobri que, quando chegou de viagem me ligou varias vezes, não ouvi, sei que estava sozinha, sem ninguém, foi um mal entendido, não me conformava porque foi tão romântico mas mal resolvido, a vida nós colocou juntos de novo, nós abraçamos calmamente, ele era calmo até demais, muito carinhoso, um sexo romântico, suave, tranquilo e gostoso, depois do sexo ele falava e me olhava fixamente, dizendo que era muito bonita, sorri e dormi nos seus braços. Vida que segue.
Guiomar Villalba
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